Setenta anos separam a vitória de SALOMÃO do próximo campeão do GP Paraná. Este tradicional grande prêmio, disputado desde a década de 40, será novamente realizado no Tarumã em sete de dezembro próximo.
O GP deste ano também irá marcar o aniversário de 70 anos do Hipódromo do Tarumã, inaugurado no longínquo dia 10 de dezembro de 1955, na gestão de Pedro Alípio Alves de Camargo.
Nessas sete décadas, muitos animais se consagraram ao vencer, no Tarumã, a maior prova do turfe paranaense, alguns, inclusive, chegaram ao bicampeonato. São vários grandes prêmios disputados e inúmeras lembranças a relatar, mas hoje, relembramos aqui três GPs Paraná disputados no Tarumã, em três distâncias distintas: 3.000 metros, 2.000 metros e 2.400 metros. O mais antigo (1955), o mais recente (2024) e, como uma homenagem merecida àquele que foi o presidente responsável e principal artífice pela mudança do Hipódromo do Guabirotuba para o Hipódromo do Tarumã, com sua consequente inauguração – Pedro Alípio Alves de Camargo (Haras Preto e Ouro) – lembramos o GP de 1974 – vencido por seu defensor BEIRÃO.
1955 – o mais antigo GP PR disputado no Tarumã.
Naquela data festiva e com hipódromo lotado, o vencedor do primeiro GP Paraná corrido no Tarumã foi o gaúcho SALOMÃO (1951 –Confeso–ARG e Salamera–ARG por Senor–GB). Cognominado o “Fantasma dos Moinhos de Vento”, Salomão teve naquela oportunidade, Roberto Arede como um jóquei perfeito ao longo dos 3.000 metros da prova e cruzou o disco na frente dos rivais Rumbo, Cyro e Go Drake, num treinamento de H.Miltzarek.
A Corrida
“Salomão e High Ball dificultaram a partida do GP Paraná 1955, porém a mesma foi dada em ótimas condições tendo apenas High Ball, que se encontrava demasiadamente indócil, largado com pequeno atraso. Cyro acelerou e foi para frente com Salomão galopando facilmente a seu lado. Ao passarem pela primeira vez no disco notava-se a facilidade com que Salomão, com estilo, galopava ao lado de Cyro que ainda puxava o “train” de corrida. Alternando-se na primeira colocação Salomão e Cyro continuavam a mandar na carreira com os demais mais afastados nas demais colocações. Na entrada da reta final Salomão desvencilhou-se de Cyro seguindo rumo ao disco. De trás avançaram Rumbo e High Ball. Salomão manteve a frente com seu jóquei procurando apenas dosar seu animal esperando uma possível atropelada de seus rivais. Rumbo, então avançou como um bólido, porém Salomão tinha reservas guardadas por Roberto Arede e cruzou o disco final com um corpo de vantagem sobre o segundo colocado que foi Rumbo com Cyro em terceiro”.

SALOMÃO recepcionado após a vitória. (Foto Arquivo JCPR)
2024 – O mais recente GP PR disputado no Tarumã.
Passadas 68 Edições corridas no Tarumã desde a sua fundação, o vencedor em 2024, agora na distância de 2.000 metros foi APOLO DEZ (2020 – Holding Glory e Pleine Lune por Crimson Tide (IRE).
No Bien Ni Mal venceu na pista, mas posteriormente foi desclassificado. O potro gaúcho “passou por cima” dos adversários na prova, mas, infelizmente, não passou no exame antidoping.
Vindo de fácil vitória na Pégasus Brasil em outubro do ano passado, o craque, agora também internacional, do Stud Duplo Ouro, No Bien Ni Mal impressionou pela maneira extremamente fácil que chegou ao disco final. O potro não respeitou os ótimos adversários da prova, não respeitou o aumento da distância, não respeitou as frequentes viagens a que vinha sendo submetido e venceu numa demonstração de enorme superioridade. Porém, as amostras colhidas para o antidoping deram resultado positivo e ele foi desclassificado; sendo declarado vencedor o segundo colocado Apolo Dez – de propriedade do Stud São Francisco da Serra.
A Corrida
“Fervoroso pulou na ponta com No Bien Ni Mal em segundo e Apolo Dez em terceiro, RinTinTin em quarto e o favorito Obataye em quinto. Ao entrarem na reta oposta avançou muito Ritz indo brigar com Fervoroso e No Bien Ni Mal pela primeira colocação. No final da reta oposta a briga era grande pela primeira colocação, com Fervoroso por dentro, No Bien Ni Mal pelo meio e RinTinTin (que avançou) por fora. Numa mesma linha entraram na curva deixando Obataye, Ritz e Apolo Dez, também na mesma linha, logo a seguir. Ao entrarem pela reta final, o que se viu foi No Bien Ni Mal se desprendendo do lote e seguindo firme para o disco. Nos últimos trezentos metros já tinha vários corpos para o segundo colocado e livrando cada vez mais vantagem. Cruzou o disco final com quase nove corpos de vantagem sobre os demais. A briga pelo segundo lugar foi acirrada com Apolo Dez, pilotado por W.Xavier (RJ), levando vantagem sobre L’Ente Supremo que corria mais distante e atropelou com força na reta, deixando Fervoroso em quarto e Olympic Owner em quinto.
No dia 05/02/25 veio a público a notícia que No Bien Ni Mal foi desclassificado para o último lugar, pois apresentou a presença de substâncias proibidas do Grupo 1 no exame antidoping realizado nos Estados Unidos. Assim, nessa data o animal Apolo Dez , treinado por J.C.Sampaio, foi declarado o vencedor, numa desclassificação inédita na história do GP Paraná.”

APOLO DEZ (W.Xavier) – O Campeão de 2024 (Foto: Felipe Neves)
1974 – A nossa homenagem a Pedro Alípio Alves de Camargo.
Na distância de 2.400 metros, com um campo que reunia grandes animais em atuação nas pistas brasileiras, o paranaense BEIRÃO (1969 – Jazarie e Quatiara por Fair Trader-GB) venceu a prova em tempo recorde. A excepcional La Rancheira foi uma adversária de muitos méritos, pois somente foi derrotada por meio corpo no final. Favorito Lunard foi apenas o quarto colocado.
A Corrida
A largada ocorreu normalmente com os animais agrupados nos primeiros metros. Terminus decidiu-se pela ponta, mas logo dava passagem para Tabardo que forçou. Também avançaram Tajante e La Ranchera. Cruzaram o disco pela primeira vez nesta ordem com Don Tibagi, Beirão e Lunard correndo juntos a seguir. Mais atrás vinham Ballux e Criptonio. Sem alterações até a estaca dos 1200 metros onde apenas Lunard e Beirão, lado a lado, brigavam pelo quarto lugar. Ao alcançarem o início da última curva, o jóquei Sidnei Barbosa instigou Beirão que, pelo centro da pista, partiu para cima dos ponteiros, passando um a um seus adversários. Na entrada da reta Beirão avançou. Tabardo já cansado não resistiu a Beirão que corria bem aberto. La Ranchera e Tajante dominaram também a Tabardo e saíram em busca de Beirão. Neste momento o favorito Lunard, sem energia, não dava a impressão que poderia lutar pela vitória. Faltando 300 metros para o disco apenas La Ranchera, tocada com energia pelo “feiticeiro” Albenzio Barroso, além de Beirão, dava a impressão que poderia vencer a prova. Nos últimos 200 metros Beirão e La Ranchera ficaram emparelhados na luta pela vitória. No final Beirão livrou meio corpo de vantagem sobre La Ranchera para cruzar o disco como campeão do GP Paraná de 1974. Tajante chegou em terceiro a dois corpos de La Ranchera. A seguir Lunard, Senior e Don Tibagi. O treinamento de Beirão estava a cargo de Leopoldo Santos.

BEIRÃO (S.Barbosa) após a vitória no GP de 74 (Foto:Arquivo RMR)

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