Não é de hoje que as corridas de cavalos são retratadas em filmes e novelas da televisão. Filmes antigos da década de 40 como o britânico “Come On George” ou o americano “National Velvet” – com Elizabeth Taylor no elenco – já traziam as corridas de cavalos como palco principal do roteiro. Também outros bons filmes sobre o turfe como os australianos “Phar Lap (1983)” e “Cavalgue como uma Garota (2015)” foram sucesso de público e bem avaliados pela crítica.
Mais conhecidas, as produções hollywoodianas “Alma de Herói” (2003) e “Uma História Impossível” (2010) contaram, respectivamente, as histórias dos craques “Seabiscuit” e “Secretariat”, retratados como verdadeiros super-heróis da história americana. Como resultado dessas grandes produções houve uma aproximação maior do público com as corridas de cavalos, tendo a frequência aos hipódromos americanos aumentado, com consequente incremento nas apostas.
No Brasil, na mesma linha, o cinema nacional trouxe em 1958 o filme “Pista de Grama”, com Paulo Goulart e Yoná Magalhães em seu elenco; e em 1968 na TV Tupi, a novela “Beto Rockfeller”, dirigida por Lima Duarte, também tinha o hipódromo como um dos ambientes principais dentro do seu contexto.
O diretor e grande ator Lima Duarte – admirador e proprietário do turfe brasileiro – levou as corridas de cavalos para alguns capítulos de novelas como em “Roque Santeiro” de 1985, com uma corrida de cavalos em um desafio entre a “Viúva Porcina”, dona da égua Asa Branca e “Sinhozinho Malta”, dono do cavalo Vendaval, onde o jóquei do Vendaval era o espetacular Luiz Rigoni – “o homem do violino” – convidado especialmente para o capítulo da novela.
E o Hipódromo do Tarumã também foi palco de novela.
Em 1991 a extinta Rede Manchete exibia a novela “A História de Ana Raio e Zé Trovão” com os protagonistas Almir Sater e Ingra Lyberato. Em um dos capítulos houve uma corrida de cavalos com uma disputa de cancha reta entre jóqueis e peões. Ana Raio montava o cavalo Raio, Zé Trovão montava a égua Trovoada, Kid Daniel montava o cavalo Kid Horse e o jóquei japonês Ozukadem montava a égua puro sangue Kagemucha. E este capítulo foi gravado no Hipódromo do Tarumã.
Houve muita movimentação no clube durante uma semana em torno da gravação. Profissionais da parte técnica, atores e diretores eram frequentemente vistos pelo hipódromo. Ingra Lyberato e Almir Sater por vezes paravam os ensaios e as filmagens para tomar um café junto aos jóqueis e treinadores no bar do paddock. O jóquei Isao Oya inclusive foi o escolhido para ser o dublê do jóquei japonês. No dia da gravação a movimentação começou cedo e um grande número de pessoas do bairro compareceu às gravações, lotando a arquibancada social, colaborando com o diretor Jayme Monjardim e seus assistentes para que a cena fosse a mais perfeita possível. Depois de vários ensaios e tentativas, a égua Trovoada de Zé Trovão venceu o desafio.
Assim, através deste capítulo da novela, que foi grande sucesso em sua época, as imagens do Hipódromo do Tarumã entraram na casa de milhões de telespectadores do Brasil. Um marketing gratuito para o Jockey Club do Paraná, talvez pouco aproveitado pelo clube naquela oportunidade.
Na foto acima vemos cena do capítulo da novela “A História de Ana Raio e Zé Trovão” gravado no Hipódromo do Tarumã em 1991 (TV Manchete).
Fantástico à lembrança, com certeza à maioria dos turfistas, não tinham esse conhecimento.
Parabéns 👏👏👏👏
Sem esquecer que na novela Beto Rockfeller, João Carlindo fez ilustre participação quando das gravações no Hipódromo.
Ele realmente levou o amor aos cavalos ao conhecimento de muitos, inclusive atuando.
Bem lembrado! Parabéns pela matéria!