Chamo a atenção para o número de edições do JORNAL DO TURFE até agora –  1.571 edições. São 30 anos divulgando o turfe nacional e buscando as mais recentes notícias do turfe mundial.

Levando para todo o Brasil as notícias do turfe do Paraná, temos o CRONISTA (com letras grifadas, todas em caixa alta) – DALTON LUIZ MEHL ANDRUSKO, que convidado pelo jornalista Marcos Rizzon, vem escrevendo a sua página semanal das “CURTAS” desde o número 3 desse jornal, onde sua coluna nunca deixou de ser editada em todos esses anos.

 Dalton Mehl Andrusko

Figura muito conhecida no turfe paranaense, Dalton Mehl Andrusko nasceu em uma casa defronte ao Prado Velho do Guabirotuba, e normalmente já começou a frequentá-lo na infância, acompanhando familiares que eram muito ligados às corridas, quer como cronistas, criadores, proprietários de cavalos, ou apenas frequentadores do hipódromo.

Seu tio Manoel Mehl foi importante turfista, proprietário de muitos cavalos e diretor do Jockey Club do Paraná em várias oportunidades, tendo fundado o Haras Uberaba com seu irmão Julio Mehl. Posteriormente o Haras Uberaba seria dirigido por Dimas Mehl Andrusko, também cronista, irmão de Dalton.

Seus primos Ewaldo, Leopoldo e Afonso Mehl foram também proprietários no Guabirotuba e início do Tarumã. Herley e Ewaldo fundaram o Haras Harmony, nome dado em homenagem à Tríplice Coroada Harmony criada em 1953 pelo Haras Uberaba, citado acima. Uma família com muita história no turfe.

Em 1954, Dalton foi testemunha ocular do último GP Paraná corrido no Guabirotuba; – aquele assistido por uma grande multidão e que contou com a presença da inesquecível Miss Brasil MARTA ROCHA. E em 1955 testemunhou também o primeiro GP Paraná do Tarumã, vencido pelo gaúcho SALOMÃO.

Um dos familiares de Dalton, seu primo e cronista Ito Fabricio de Mello, foi quem o convidou para a crônica de turfe, sendo então seu padrinho nessa atividade. Dalton, também levado por Luiz Renato Ribas, iniciou na crônica turfística em 01 de junho de 1960. Portanto está completando 65 anos nessa atividade imprescindível para o turfe. Começou na extinta Rádio Guayracá, que transmitia as corridas de cavalos, passando posteriormente por quase todas as emissoras da capital – Cruzeiro do Sul, Capital, Tingui, Curitibana, Emissora Paranaense, Universo, Colombo, Marumby, Independência, etc. – como comentarista das provas, dividindo o microfone com vários outros grandes cronistas da época.

Das cabines de transmissão, seu olhar atento ao desenrolar dos páreos levava aos ouvintes todos os detalhes ocorridos durante o percurso, onde sua voz calma e pausada não se alterava em nenhum momento, mesmo que o páreo tenha sido muito disputado, com fotochart, prejuízos, reclamações, etc.

Dalton com a cabine de transmissão ao fundo

Com a entrada da televisão no turfe, com transmissões ao vivo Via Satélite, a transição foi difícil, mas não impossível para Dalton, que passou a fazer as suas participações e seus programas, simultaneamente para o rádio e para a televisão. Porém, nunca escondeu a sua predileção pelo rádio, onde atuou por mais de 40 anos. Junto ao rádio e a televisão, Dalton também escreveu para os jornais “Gazeta do Povo“, “Correio de Notícias“, colaborando também com “O Estado do Paraná” , “Tribuna do Paraná” sendo correspondente do jornal “O Globo”. Participou da revista “O Turfista Semanal” e também passou a escrever para o Jornal do Turfe, acumulando com grande competência todas essas funções.

Esse conceituado cronista sempre foi conhecido pelo seu estilo tranquilo, comedido, evitando dividir a classe e sim agregar, tentando unir forças para o bem do turfe. Nunca vi, em todo o tempo que tenho acompanhado o trabalho do Dalton, ele sair do sério, ofender ou fazer alguma crítica destrutiva. As suas críticas sempre foram construtivas e tiveram o intuito de “construir pontes” entre os turfistas, colaborando com o possível para o desenvolvimento da atividade turfística.

Dalton também procurou realizar programas para divulgar o turfe. Teve vários programas, entre eles o programa de grande sucesso “Cruzando o Disco” – e também realizou a “Mesa do Turfe” no Paraná, onde trazia profissionais convidados que procuravam ajudar os apostadores, comentando sobre as possibilidades dos seus cavalos. Um programa também de grande sucesso.

Dalton Mehl, Aramys Bertholdi e Paulo Dietzsch.

Como presidente da Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná em 1978, e em outras ocasiões, Dalton obteve de criadores, proprietários e alguns empresários, patrocínios monetários para premiar os cronistas vencedores dos Concursos de Palpites, bem como, premiar o melhor jóquei e o melhor treinador da reunião, com um jantar a cada semana. Na década de 90, tive a felicidade de ser o melhor treinador em algumas oportunidades, e ter o privilégio de ser convidado para o jantar do Dalton.

Como proprietário de cavalos, Dalton Mehl Andrusko também teve alegrias. Junto aos sócios Rafael Riskala e Milton Pizzatto Ziliotto fundou o Stud Passeio, que teve alguns úteis cavalos como PIDGE (Ubi e Eukridge por Pewter PlatterGB) vencedor de sete corridas e AÇÚ-GUAPURUVU (Hirundo e Linduca por Gin) – vencedor de incríveis 27 provas.

Dalton e seus sócios com Açú-Guapuruvú (1975).

Também como descobridor de talentos, incentivou e apadrinhou o excelente narrador do Hipódromo do Tarumã – Gerson Borges de Macedo, levando-o para a crônica em 1994, com o qual passou a compartilhar a cabine de transmissão e por muitos anos também companheiros de várias jornadas no programa “Mesa do Turfe”.

Dalton tem alguns ídolos (já falecidos) no turfe: Na crônica dá o maior valor para Francisco Castellano Neto – patrono e fundador da Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná; e é um fã incondicional do jornalista Raphael Munhoz da Rocha, um exemplo para ele de cronista e de ser humano. E na pista seu ídolo é aquele tido por muitos como o melhor jóquei da história – Luiz Rigoni. Inclusive comenta com frequência que a sua primeira grande emoção no turfe foi a reta final do GP Paraná de 1957 – vencido por Canavial (Luiz Rigoni) sobre John Araby (Pierre Vaz) num cabeça à cabeça de trancar a respiração!

Dalton, Raphael Munhoz da Rocha e Castellano Neto

Como ilustração, em setembro de 1964, meu pai, João Carlindo, veio de São Paulo para Curitiba especialmente para montar a égua PAULA, no Clássico Primavera. Num final disputado empataram PAULA e ORGANDINE, esta montada por Wilmar Nunes. Após as clássicas fotografias, meu pai foi convidado a comparecer às cabines de transmissão para uma entrevista. Chegando lá, quem era o entrevistador? Dalton Mehl Andrusko. Ficaram bons amigos!

Enfim, esse grande cronista de voz marcante, que divulgou o turfe em todos os meios de comunicação, tem sua história imortalizada no turfe do Paraná. Um torcedor coxa-branca brincalhão e amigo dos amigos é merecedor de todas as homenagens pela sua bela trajetória no turfe!

– “Um brinde ao amigo Dalton Mehl Andrusko pelos seus 65 anos de crônica turfistica”! –

                        Parabéns!!!

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