Hugo Sérgio Nieri
Quando há 5.500 anos surgiram as primeiras civilizações, já havia uma estreita ligação do homem com o cavalo, que participava de quase tudo em que o homem se afirmava, para viver em uma sociedade que era apenas a base para o grande salto que a humanidade daria em todos os campos nos séculos seguintes. O cavalo foi figura indispensável no trabalho, nas grandes conquistas, no transporte e nos esportes.
Quando chegaram as civilizações que foram o berço do mundo ocidental, Grécia e Roma, aí então o cavalo passou a ter uma importância vital e nota-se sua contribuição fundamental nas atividades esportivas que chegou até os tempos modernos com a participação do cavalo nas Olimpíadas.
Com o crescimento demográfico e o natural surgimento das grandes concentrações urbanas e a procura por trabalho e conforto transformou muitas cidades em verdadeiras megalópoles e a convivência do homem com o cavalo, até meados do século XX, que era intensa, daí em diante passou a ser quase que apenas no campo.
Nas hípicas, que são extremamente elitistas pelo seu alto custo, o povo não participa, sobraram os circos e principalmente os hipódromos que em todos os países do primeiro mundo atraem enorme público nas datas especiais.
Todos admitem que as grandes áreas verdes dos hipódromos, a visão do Puro Sangue Inglês e a emoção das corridas são um magnífico espetáculo. Um dos grandes nomes do século XX disse a seguinte frase: “Nada faz mais bem ao interior de um homem do que o exterior de um Puro Sangue” – Winston Churchil.
Nas últimas décadas, o esporte passou por transformações muito grandes, quem não se modernizou, inovou, praticamente sucumbiu. O futebol, basquete, vôlei e dezenas de outros passaram por mudanças significativas. As nações mais adiantadas como Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Irlanda, Japão, Austrália e Argentina, já reconheceram a importância socioeconômica especialmente do P.S.I. que facilitam e amparam a atividade.
Após 35 anos em que viajei pelo mundo conhecendo o que representa o cavalo para vários povos, e vi, por exemplo, dezenas de Puro Sangue Árabe salvo do bombardeio do hipódromo de Beirute, alguns com enormes cicatrizes, sendo mantidos nas montanhas ao norte do Líbano para salvar parte de sua história, tradição e cultura. Ainda durante o regime comunista, vi o hipódromo de Moscou e Bratislava com grande público participante. O “Palio de Siena” e o espetáculo dos cavalos “Brancos Lipizzanos” em Viena são inesquecíveis, e fazem parte da história e tradição destes povos. Conhecer no Zoo de Praga o ancestral do cavalo moderno, os “PREZWALKI” e assistir uma feira de cavalos no UZBEQUISTÃO que ressaltou o grande respeito deles para com os cavalos até hoje.
Agora, o verdadeiro paraíso para o cavalo de corrida está no Kentucky, Normandia, Irlanda, nesses lugares o P.S.I. é o rei. Meu momento de maior emoção, sem dúvida, foi conhecer o haras do “Mago” Federico Tesio, em Dormello e sentar em sua escrivaninha, ainda com seus rabiscos e anotações, como ele deixou há 50 anos.
Refletindo sobre tudo isso é que não posso me conformar com a indiferença das autoridades e a incompetência da maioria de nossos dirigentes, apenas peço aos que me acham muito crítico que realmente aceitar toda essa estupidez que está levando o turfe a uma lenta agonia é algo que jamais vou aceitar.
Pergunto: Porque? Em nome do que?
Cavalos ganham um dia em sua homenagem nos EUA
O Senado Americano aprovou por unanimidade proposta do Senador Bem Nighhorse Campbell, que estipula o dia 13 de dezembro como sendo o “Dia Nacional do Cavalo” nos Estados Unidos. “Os cavalos contribuem muito para a economia, a história e o caráter dos Estados Unidos”, disse o senador. Anualmente os cavalos geram para a economia americana um lucro de US$ 100 bilhões. O presidente George W.Bush aceitou bem a decisão e deu ordens para que sejam organizados programas e atividades apropriados no dia 13 de dezembro, dia da comemoração.
(Fonte – Turf Brasil número 75)
Matéria transcrita da Revista PLACÊ turfe número 4/2005